21 de agosto de 2008

Da série "hahaha. Muito engraçado" (num tom sarcástico)

Se um funcionário de uma fábrica de papel promove uma campanha para reduzir o desperdício de papel no escritório, ele pode ser demitido por justa causa?
E o que acontece com antitabagistas que trabalham para as companhias de cigarro?
E se um membro da PETA aparece na sede vestindo um casaco de couro?
Vegetarianos dentro de um frigorífico?
Corintianos na Parmalat?
Chega, chega, eu sei. Mas algo nessa linha iria dar um bom argumento para um filme.


20 de agosto de 2008

Comentário olímpico

É normal ver essas transmissões esportivas em que um atleta ou equipe brasileira tem chances reais de título e ficar impressionado com o investimento emocional dedicado ao resultado da competição por parte de narradores e espectadores. Não é apenas uma vitória pela qual se torce, é algo muito mais visceral: uma oportunidade de “lavar a alma”, chorar, abraçar, se enrolar na bandeira, recuperar a auto-estima, gritar, sair buzinando, se “orgulhar de ser brasileiro” naquele misto de complexo de inferioridade/superioridade descrito pelo Piza, acreditar que o futuro vai ser melhor, sambar, deixar de criticar o governo etc. etc. Claro que passar por esse processo de catarse toda Olimpíada, Copa do Mundo, corrida de F1 na chuva, torneio de vôlei de praia ou qualquer outro esporte em que de repente surge um brasileiro competitivo não deve ser saudável, mas não adianta criticar os sintomas desse desequilíbrio emocional. O que me preocupa é o que acontece quando o pessoal tem que narrar/assistir um jogo, como por exemplo, a semifinal do vôlei de praia masculino realizada ontem, em que dos dois lados da quadra foram ocupados por duplas que falam português e cantam o hino nacional. Será que eles ficam divididos, travados pelo paradoxo de que uma vitória brasileira implicará uma derrota brasileira? “Pelo” Brasil, serão capazes de torcer “contra” o Brasil? Conseguirão conciliar “em seus corações” a euforia dos vencedores com o “choro” dos perdedores? Ou, na medida em que o valor da nação não está em jogo, a partida simplesmente perde o apelo? Se tiverem que escolher uma dupla (afinal, não assistir o vôlei de praia deve ser impensável...), escolherão friamente (irônico) a com melhores chances de arrasar os estrangeiros na final, ou escolherão a dupla mais humilde/carismática/fotogênica/que acabou de ser pai?

18 de agosto de 2008

Fundamental

O RH mandou um email para todos os “colaboradores” da empresa convocando todo mundo para uma “seção” (sic) de fotos para a confecção de crachás individuais. Eu vou ter que estar por aqui as 9:00 do dia 20, mas adorei o tom inspirador do email: “A sua presença é fundamental, uma vez que o uso do crachá será obrigatório a todos.” Ou seja, por mais que o assunto seja uma ordem burocrática rotineira imposta a todos os “colaboradores” na véspera, fico inspirado ao saber que “minha presença” é “fundamental” nas fotos, segundo o entendimento da pessoa que manda esse tipo de email anônimo. Estou tão emocionado que preciso de uma pausa para pegar alguma coisa no Starbucks

Progresso

Lamento informar, mas a posse de um Macbook durante uma semana inteira ainda não mudou minha vida. Para minha surpresa, não percebo nenhum aumento de criatividade, produtividade ou qualquer outra característica desejável. A experiência continuará. Nos próximos dias, buscarei ver que efeitos ele proporciona se deixar ligado.

Dica de segunda

Para quem estiver procurando algo muito interessante para ler agora, não custa passar pelo verbete do Sergei Rachmaninoff na Wikipedia. É um pouco longo, mas muito bem escrito. Um trecho:
He slowly learned the pieces he played, detail by detail. Abram Chasins told about visiting Rachmaninoff one day and stopping outside. Rachmaninoff "was practicing Chopin's Étude in thirds but at such a snail's pace that it took me a while to recognize it because so much time elapsed between each finger stroke and the next. Fascinated, I clocked this remarkable exhibition: 20 seconds per bar was his pace for almost an hour while I waited riveted to the spot, quite unable to ring the bell."[55] Paradoxically, Rachmaninoff often sounded like he was improvising, though he actually was not. While his interpretations were comprised of mosaics of tiny details, when those mosaics came together in performance, they might, according to the tempo of the piece being played, fly past at great speed, giving the impression of instant thought.[56]
"One must play a piece a thousand times, making a thousand experiments, listening, comparing, judging," he said, "for only as the individual learns to decide and to control his musical effects does he become an interpreter and come near to the stature whose works he should recreate. And only through unceasing labor can he accomplish such a mission."[57] Rachmaninoff built his interpretations methodically, down to the last, fleeting shadow-like nuance, putting together readings of perfect architectural balance and inexorable musical logic.[58] Josef Hofmann admitted to him, "I dare say that I do not plan how to build a composition and occasionally it happens to sound well."[59]
http://en.wikipedia.org/wiki/Sergei_Rachmaninoff

Ah, um trivia que eu tinha esquecido: o protagonista de O Pecado Mora ao Lado pretendia usar o Piano Concerto No. 2 para seduzir a vizinha Marylin Monroe. (Bons tempos)

7 de agosto de 2008

Umbigo

Sabia que umbigo em inglês é "navel"? Agora você sabe, e pode ficar tranqüilizado. (Em circunstâncias mais ou menos improváveis, essa informação pode salvar vidas.)
Além disso, se você se vir urgentemente necessitando emitir uma crítica devastadora, em inglês, para algum blog, e não consegue ir além de derivative e superficial no seu post ou email crítico, agora pode acrescentar navel-gazing no comentário para terminar de desmoralizar seu adversário.
(Não precisam me agradecer, é para isso que esse blog existe: ajudar a salvar vidas e incrementar trocas de insultos online.)

6 de agosto de 2008

Garfield

Don Walsh teve uma boa idéia: fazer tiras em quadrinhos de Garfield sem o Garfield. Com o gato gordo, cínico e "louco por lasanha" removido digitalmente, sobram as participações de Jon nas historinhas, com um resultado inusitado. Em vez do conhecido humor inofensivo de Garfield, Garfield Minus Garfield mostra apenas um jovem solitário colecionado frustrações enquanto leva uma vida tediosa e deprimente. Com uma simples intervenção no photoshop, Walsh transforma uma tira célebre pela sua total falta de pretensão numa investigação existencial muito mais intrigante:
Falta mencionar o mais surpreendente: Jon Adams, o criador de Garfield, ao descobrir o que estavam fazendo com seu personagem alter-ego há mais de 30 anos, não processou o cara. Pelo contrário, numa entrevista, declarou que G-G é uma coisa inspirada, e agradeceu ao autor por estar mostrando uma outra faceta de Garfield. Agora G-G está virando um livro, a ser publicado pela própria editora do Garfield.

Crisis

Mais um link para um artigo da Slate, dessa vez a respeito dos revolucionários documentários de Robert Drew sobre Jack Kennedy, Primary (1960) e Crisis (1963). Vindo do fotojornalismo, Drew praticamente precisou inventar fimadoras portáteis para poder acompanhar seus assuntos a qualquer lugar, e inventou um estilo de "cinema-verdade" de grande influência nas próximas décadas.
Primary acompanha as campanhas primárias do Partido Democrata nas eleições presidenciais de 1960, e testemunha os bastidores do surgimento da figura de Kennedy. (Aqui no Brasil, Primary viria a ganhar uma refilmagem, Entreatos, de João Moreira Salles, só que com Lula no papel de Kennedy e Dona Marisa no lugar de Jackie.)
Crisis já mostra Kennedy na Casa Branca, durante um dos primeiros conflitos do movimento dos direitos civis (A Suprema corte decretara que a Universade do Alabama devia integrar alunos brancos e negros, o governador Wallace anunciou que ia bloquear a entrada).
Segundo o artigo, Crisis é menos revelador e mais convencional que Primary, mas é um retrato pioneiro do funcionamento do Salão Oval num momento intenso. O mais interessante da história é que Kennedy autorizou a realização do documentário pelo seu potencial interesse histórico: ele gostaria de poder ter assistido, por exemplo, a uma gravação do Salão Oval em seguida ao ataque a Pearl Harbor.
(Pena que não lembraram de ligar as câmeras durante a crise dos mísseis cubanos, alguns meses depois, quando se esteve a beira do início da 3a guerra mundial - isso sim teria valor histórico inestimável)

5 de agosto de 2008

O George Bailey Moderno

Daniel Gross, da Slate, foi entrevistar Ronald Hermance Jr, CEO do Hudson City Bank, a única instituição financeira de Nova York que está se saindo bem no meio da megacrise. A fórmula é simples, e não difere muito do que eles já têm feito há 140 anos: dar crédito apenas para bons pagadores, coletar depósitos de regiões afluentes, expandir com cautela, focar no longo prazo. O banco só está chamando atenção porque todos os outros bancos maiores estiveram ocupados nos últimos anos fazendo o oposto, e agora precisam ser socorridos pelo Fed ou petrodólares. Tudo isso pode ser lido no artigo, mas esse comentário do CEO é curioso:
So how is it that Hermance kept his head when all the geniuses with higher pay and fancier pedigrees lost theirs? The tri-state metro area's only smart banker shrugs. We all approach life's fundamental choices from a unique angle. "It's like my grandfather used to say," he says. "If everybody thought the same way, they would have married your grandmother."

Trocadilho

O Faustão sempre declara que um dos seus maiores arrependimentos na TV foi levar ao ar o infame "sushi erótico". Podia ter sido pior: podiam ter mostrado um "sumô erótico"... (agora tente tirar a imagem da cabeça.)

4 de agosto de 2008

Extra! Extra!

De acordo com o Estadão, a Duffy é um homem.
O sucesso do ABBA fez o álbum "Viva La Vida Or Death And All His Friends", do Coldplay, cair para a segunda posição, com "Rockferry", do cantor galês Duffy, em terceiro.
Olhando a foto, é óbvio né?

Probabilidades

Um problema sério nos filmes e séries de ação é a consistência do sucesso dos mocinhos. A questão não é o cara fazer coisas impossíveis (entrar numa fortaleza impenetrável, derrubar um pelotão inteiro, derrotar o próprio demônio etc.), afinal é por causa desse tipo de feito que o cara é um herói de ação em primeiro lugar. O que me incomoda é que eles costumam fazer isso com uma recorrência e uma freqüência que do ponto de vista estatístico são excessivas.
Vamos trabalhar com um exemplo prático: Jack Bauer, o agente mais durão da CTU. Ao longo de uma meia dúzia de temporadas de 24, o cara já desmantelou um número igual de conspirações terroristas para explodir Los Angeles e/ou matar o presidente. Em cada vez, Jack se destaca por atos incríveis de bravura, perícia, astúcia e determinação.
Parte importante do trabalho dele consiste em continuamente derrotar vilões, em geral bem preparados, equipados e obstinados, frequentemente em condições de briga desfavoráveis para Jack. Afinal, Jack precisa estar em perigo para conferir tensão à cena, mantendo o interesse do espectador: ou seja, a cada momento ele precisa estar sujeito ao risco concreto de "vestir o paletó de madeira" (ou sofrer ferimentos debilitantes). É nessa combinação de risco intenso e prolongando com altas taxas de sucesso que está problema da plausibilidade, facilmente demonstrável com um simples cálculo matemático.
Primeiro: qual o risco de game over cada vez que Jack entra numa briga/tiroteio/perseguição/etc.? Se Jack estivesse enfrentando alguém exatamente idêntico a ele (ex.: seu clone maligno*), ele teria uma chance de 50% de sofrer game over. Se lutasse com alguém despreparado (ex. um gordinho míope sem óculos, segurando um refrigerante e um cachorro-quente), a chance de um revés cai para zero (a não ser que Jack resolva pegar o cachorro quente do moleque e se engasgue). Na média,o risco de uma zebra seria de 25%, mas como os terroristas não contratam (que eu saiba) clones malignos nem gordinhos gulosos, o risco poderia diferente, talvez um pouco maior, como 30%. Ou seja, Jack realisticamente pode ter em média 70% chance de sobreviver até o próximo confronto para que o interesse do público seja mantido.
Segundo: Quantas brigas Jack já venceu? Vamos supor que nas últimas seis temporadas de 24, Jack enfrentou em média uma situação de perigo em cada um dos 144 episódios. É como se ele tivesse jogado cara ou coroa 144 vezes, sempre com 70% de chance de sucesso - e ganhou todas as vezes. A chance disso ocorrer é de 0,00000000000000000005%.
Pode ser que eu esteja exagerando um pouco, vamos admitir que, em cada temporada, ele pode sofrer uma derrota quase fatal (entra em coma, precisa ser resgatado pelo Almeida, é flagrado pelos chineses etc.) . Ou seja, ele precisa vencer 23 brigas apenas, que em uma os roteiristas darão um jeito de safá-lo. Pois bem, a chance disso ocorrer é melhora, mas não passa de 0,03%.

* Se o clone maligno pode ler os pensamentos de Jack, ou tem algum outro superpoder, como mudar de forma ou falar com os animais, a chance de Jack sobreviver poderá ser menor do que 50%.
P.S.: fazer essa análise com o James Bond seria mais covardia ainda. Ele sobrevive incólume há décadas com tanta facilidade que até os roteiristas devem ter se cansado, e deixaram ele ser capturado/interrogado etc. nos últimos dois filmes seguidos.

Explicações

Acho que faltou explicar no post anterior, porque "Kings of Convenience" é um nome tão especial, independentemente da música que eles fazem: o segredo está na oposição de "Kings" com "Convenience". Seria difícil achar dois substantivos mais contrastantes. Um é curto e forte, cheio de consoantes. O outro é longo, suave, delongado com vogais. "Kings" existem há séculos, milênios e simbolizam força, poder, guerras. "Convenience" parece uma novidade do século XX e não tem nada a ver com guerras e intrigas. Na mesma linha, reis se preocupam com coisas nobres, conveniência não passa de uma frescura. Colocá-los lado a lado, particularmente nessa ordem, é que gera um nome tão memorável. (A tensão colocada pelo termo 'dominante' no começo é vertiginosamente desmontada pelo termo mais 'bobo'. Se a ordem fosse contrária, o nome inteiro sairia bobo, tipo Gipsy Kings). Por fim, o mais curioso é como o nome é apropriado para essa banda em questão: uma dupla de folk-pop do interior da Noruega, composta por dois amigos de infância cujas músicas - conforme li na Wikipedia - se destacam pelas melodias delicadas, vozes calmas e guitarras sutilmente intrincadas. (Toca bastante na Antena 1).

A Vingança de Montezuma (ou Quem Manda Viajar Para a América Latina)

Montezuma's revenge is the colloquial term for any cases of traveler's diarrhea contracted by tourists visiting Mexico. The name humorously refers to Montezuma II (1466-1520), the Tlatoani (ruler) of the Aztec civilization who was defeated by Hernándo Cortés the Spanish conquistador.

It is estimated that 40% of foreign traveler vacations in Mexico are disrupted by infection. Most cases are mild and resolve in a few days with no treatment. Severe or extended cases, however, may result in extensive fluid loss and/or dangerous electrolytic imbalance which pose a severe medical risk and may prove fatal if mismanaged. The oversight of a medical professional is advised.

Not all water supplies in Mexico are contaminated and many hotels have water purification systems that eliminate risk. Certain resort destinations also have large-scale water purification systems which provide safe water city-wide. Roadside and popular food stalls specifically should be avoided.

da Wikipedia.

3 de agosto de 2008

15 Central Park West

Ficou pronto o mais caro prédio de Nova York, relata a VF. As 201 unidades do 15 Central Park West foram todas vendidas antes da entrega, totalizando uns US$ 2 bilhões. O preço médio unitário foi de US$ 9 milhões.
A localização, em frente ao Central Park, explica parte do sucesso (o terreno custou US$400 milhões, negócio recorde, considerado uma loucura quando anunciado em 2004), mas o projeto de Robert A. M. Stern, imitando os memoráveis prédios vizinhos construídos no início do século XX, se mostrou o grande diferencial num mercado que competia para ver quem lança a torre de vidro arrojada/escandalosa.
(Embora seja uma construção moderna, 0 15 PCW é coberto com 85,000 peças de limestone, como se fazia antigamente em Nova York.)
E embora o local tenha se valorizado desde o lançamento (o preço do metro quadrado subiu de meros US$25,000 para U$40,000), o autor se pergunta se um prédio feito para dar a ilusão de se viver na década de 20 ou 30 pode, através dos seus preços, também sustentar a ilusão de que o mercado imobiliário hiper-aquecido de 2005 não acabou...

2 de agosto de 2008

Reflexão fóssil

As crianças são o combustível do futuro.

Sugestão

Uma dica para todos gerentes de hotel que podem estar me lendo aqui: se um cliente reservou um quarto e simplesmente não apareceu, saiba que você não precisa ligar a uma meia da manhã no celular da pessoa para confirmar se a pessoa está vindo ou não.

Se ele não chegou até esse horário, nem deu qualquer aviso a respeito, é porque ele não pôde fazê-lo. Pode ter sido por causa do trabalho, ou uma abdução alienígena ou outro contratempo qualquer, não importa: ele não vai chegar mais. Não adianta tentar interferir. E principalmente, não adianta ligar, agora.

Ele não vai atender imediatamente e dizer "puxa, tinha me esquecido de voar para Belo Horizonte, obrigado por me lembrar! Estou indo para o Aeroporto AGORA, chego aí em umas 4 horas. Valeu!!".

Na melhor das hipóteses, após uns sete toques da campainha, ele vai ser tirado de um sono profundo, tatear pelo quarto escuro até achar o maldito aparelho, dizer "alô" arrastado, não entender nada do que você está falando, e murmurar algumas sílabas incoerentes/inconscientes. Nada de mais consequente acontece no fim das contas: você fez um interurbano desnecessário; seu cliente descobriu que precisa escolher melhor hotéis.

E não dá para descartar a possibilidade da ligação realmente atrapalhar, por exemplo tirando a concentração num momento muito importante, seja do seu cliente no trabalho ou dos alienígenas que o abduziram e estão no momento mais delicado da exo-biópsia dele.

Na verdade acho que o episódio encerra uma lição para todos, não só as pessoas que cuidam das reservas de hotéis de 2a: antes de ligar no celular de um desconhecido no meio da madrugada, pergunte a si mesmo duas coisas:
  • eu tenho um bom motivo?
  • ligar agora vai adiantar alguma coisa?
Se estiver na dúvida para qualquer uma delas, faça o seguinte: ligue para sua mãe e peça a opinião dela.

1 de agosto de 2008

Nove razões

Muita gente teve medo do Gmail no começo porque o Google se reservava ao direito de (eletronicamente) ler o conteúdo dos emails para (supostamente apenas) direcionar publicidade customizada. Agravando essa paranóia, havia o fato do Gmail aparecer disponibilizando uma capacidade de armazenamento então sem precedentes, para permitir que os usuários nunca precisassem apagar qualquer email. E para incentivar que as pessoas deixassem todas suas mensagens arquivadas, nem havia a opção de apagar definitivamente as mensagens.
Acho que essas preocupações, em larga medida, foram diminuindo na medida em que se percebeu que qualquer serviço de webmail está sujeito às mesmas ameaças a privacidade, e o melhor a fazer é escolher bem em que site confiar. Não é a toa que o Gmail tem hoje uns cinquenta milhões de usuários e, em função de diversas inovações, revolucionou para muita gente a maneira de usar email.
Agora, nesse contexto, continua sendo engraçado a lista de 9 razões da Google para você não deletar suas mensagens. Alguns highlights:
  • 7. Posterity
    Just because you’re not famous now doesn’t mean that in forty years (or fifteen minutes) you won’t want to write your memoir.
  • 6. Winning arguments
    “But on May 5, 2005 at 8:43pm EDT you said….”
  • 3. That guy
    Remember that guy you thought you’d never need to get in touch with ever again?
  • 1. Fate-tempting is bad. You just never know
    Thirty-one days after you send that message to the Trash and it gets permanently deleted, you're going to need it. Don't tempt the fates.
(É isso aí, com o destino não se brinca...)

Ironia médica

Isso que é ironia: o Fleury preparou um podcast sobre os perigos do uso excessivo de fone de ouvido. O assunto é importante para sua saúde, por isso escute-o no ipod beeem alto, várias vezes de preferência.

Bar ruim

Quem diria, um texto imperdível no Digestivo Cultural. (Dica do furmiga)

Chicos

Muita gente estranha meu apelido. Eu gosto, acho que não poderia estar em melhor companhia:
  • C. Anísio
  • C. Bento
  • C. Buarque
  • C. César
  • C. Science
  • Velho C. (rio)
Aposto que estão faltando na lista alguns Chicos importantes para a cultura popular brasileira. Deve ter tido pelo menos um folclórico "Chicão" jogando desajeitada e heroicamente na defesa do [algum time tradicional qualquer do Rio ou Minas que hoje é uma sombra dos seus tempos de glória...]
Porque é isso (sic), o Brasil precisa valorizar mais esses folclóricos jogadores de futebol que devem ter existido, "heróis de um tempo alegre que não volta mais..."
(Ou algo nesse sentido, queria terminar com uma frase de efeito)