17 de dezembro de 2008

M.G.

Saiu artigo novo do Malcolm Gladwell na New Yorker. Como de costume, é muito interessante e merece ser lido. Trata da dificuldade de se contratar as pessoas certas quando todas as informações disponíveis simplesmente não servem para identificar quem vai "performar" melhor ou não. O eixo da reportagem é a análise de pessoas responsáveis por selecionar arremessadores (quarterbacks) para o futebol americano profissional, professores de jardim de infância e consultores financeiros. Em todos os casos, o que Gladwell enfatiza, é que a performance efetiva dos profissionais só pode ser mensurada e prevista depois que eles começaram no trabalho; nenhuma informação antecedente realmente serve para destacar quem vai se sair melhor ou pior. Levando em conta a constatação de que a qualidade do professor é o grande fator determinante da qualidade de ensino dos alunos, Gladwell procura entender como deveria ser a melhor maneira de se recrutar professores. A conclusão que ele chega é simples: em vez de se buscar professores cada vez mais qualificados, o que se deve fazer é estabelecer uma qualifição mínima, e entrevistar, testar, treinar (e descartar) na prática o maior número possível de candidato, até sobrarem os melhores. Não me parece uma idéia muito surpreendente (cheguei na mesma conclusão ao recrutar estagiários (é díficil descobrir qual moleque de 19 anos que nunca fez nada vai se mostrar um craque)), mas a maneira como Gladwell constrói uma narrativa de de 7 páginas A4 que não dá para parar de ler mostra que o recrutamento de repórteres da New Yorker (gestão Tina Brown at least) funciona bem. Ah, claro, o link: Annals of Education: Most Likely to Succeed: Reporting & Essays: The New Yorker

Nenhum comentário: