19 de fevereiro de 2009

Monstros Ltda.

Há um certo consenso sobre os integrantes do primeiro escalão de monstros ficcionais: Drácula, lobisomem, o monstro do Dr. Frankenstein, zumbis, fantasmas, alienígenas. Todos são escolhas confiáveis para fazer andar a história de um filme de terror.

Eu só não entendo o que os lobisomens fazem nessa lista.  A idéia de um cara se transformar numa espécie de lobo em luas cheias não é mais ridícula que um conde imortal sedento por sangue, é claro. O problema é que não há nada de realmente assustador no primeiro caso, por mais extraordinário que seja.

Encontrar um cara metade lobo no meio da rua vazia, no meio da noite, claro que não parece muito legal, mas encontrar qualquer lobo convencional no mesmo contexto seria tão desagradável quanto. 

O que de mais terrível um lobisomem pode fazer? Rosnar, morder, transmitir raiva? Toma uma vacina logo, dá uma coça no bicho, xô! passa daqui!, avisa o Ibama.

E o que ia acontecer com o lobisomem? A entrevista pro Fantástico ia causar sensação, claro. Ganharia algum dinheiro com comerciais e a autobiografia. Iria precisar de bons advogados e relações públicas para todos os episódios em que for acusado de morder alguém em noite de lua cheia. É uma perspectiva muito banal para um monstro de primeira grandeza.  Ninguém iria ficaria sem conseguir dormir por uma atração de circo.

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