4 de agosto de 2008

Explicações

Acho que faltou explicar no post anterior, porque "Kings of Convenience" é um nome tão especial, independentemente da música que eles fazem: o segredo está na oposição de "Kings" com "Convenience". Seria difícil achar dois substantivos mais contrastantes. Um é curto e forte, cheio de consoantes. O outro é longo, suave, delongado com vogais. "Kings" existem há séculos, milênios e simbolizam força, poder, guerras. "Convenience" parece uma novidade do século XX e não tem nada a ver com guerras e intrigas. Na mesma linha, reis se preocupam com coisas nobres, conveniência não passa de uma frescura. Colocá-los lado a lado, particularmente nessa ordem, é que gera um nome tão memorável. (A tensão colocada pelo termo 'dominante' no começo é vertiginosamente desmontada pelo termo mais 'bobo'. Se a ordem fosse contrária, o nome inteiro sairia bobo, tipo Gipsy Kings). Por fim, o mais curioso é como o nome é apropriado para essa banda em questão: uma dupla de folk-pop do interior da Noruega, composta por dois amigos de infância cujas músicas - conforme li na Wikipedia - se destacam pelas melodias delicadas, vozes calmas e guitarras sutilmente intrincadas. (Toca bastante na Antena 1).

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